Autismo

Definição de Autismo

Transtornos do espectro do autismo
Nota OMS de Abril de 2017 – Traduzido e Adaptado por Vinicius Aguiar.

Dados Centrais

Uma em cada 160 crianças possui um Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Os TEAs começam na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta.
Embora algumas pessoas com TEA possam viver de forma independente, existem outras pessoas com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas.
As intervenções psicossociais baseadas em evidência, tais como terapia comportamental e programas de treinamento para pais, podem reduzir as dificuldades de comunicação e comportamento social e ter um impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida de pessoas com TEA e seus cuidadores.
As intervenções voltadas para pessoas com TEA devem ser acompanhadas de atitudes e medidas amplas que garantam que os ambientes físicos, sociais sejam acessíveis, inclusivos e acolhedores.
As pessoas com TEA sofrem estigmatização, discriminação e violação dos direitos humanos. O acesso a serviços e suporte é insuficiente em todo o mundo.

Visão geral

TEAs são um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem, e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades.
TEAs aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida.
As pessoas afetadas pela TEA frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.

Epidemiologia

Estima-se que 1 em cada 160 crianças tenha um TEA. Essa estimativa representa um valor médio, uma vez que a prevalência observada varia consideravelmente entre os diferentes estudos. No entanto, em alguns estudos bem controlados, números significativamente maiores foram registrados. A prevalência de TEA em muitos países de baixa e média renda ainda é desconhecida.
De acordo com estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, a prevalência global desses Transtornos parece estar aumentando. Existem muitas explicações possíveis para este aparente aumento da prevalência, incluindo maior conscientização, expansão de critérios diagnósticos, melhores ferramentas de diagnóstico e melhor comunicação.

Causas

As evidências científicas disponíveis indicam a existência de múltiplos fatores, incluindo fatores genéticos e ambientais, que tornam mais provável que uma criança possa sofrer um TEA.
Os dados epidemiológicos disponíveis demonstram de forma conclusiva que não há evidência de uma relação causal entre TEA e vacina contra sarampo, caxumba e rubéola. Estudos anteriores que apontaram para uma relação causal foram criados com erros metodológicos. 1.2
Também não há evidências de que outras vacinas da infância possam aumentar o risco de TEA. Os comentários dos dados científicos sobre a possível associação entre o risco de TEA e tiomersal usado como conservante ou alumínio utilizado em vacinas inativadas mostram conclusivamente que as vacinas não aumentam esse risco.

Avaliação e comportamento clínico

A intervenção na primeira infância é muito importante para otimizar o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas com TEA. Recomenda-se que seja incluído o monitoramento do desenvolvimento infantil na atenção sistemática à saúde da mãe e da criança.
Uma vez que um caso de TEA foi identificado, é importante que a criança e sua família recebam informações e serviços relevantes, encaminhamento para especialistas e assistência prática de acordo com as necessidades específicas de cada indivíduo. Não há cura para TEA. No entanto, intervenções psicossociais baseadas em evidências, como terapia comportamental e programas de treinamento para pais e outros cuidadores, podem reduzir as dificuldades de comunicação e o comportamento social e ter um impacto positivo na qualidade de vida e bem-estar da pessoa.
As pessoas com TEA têm necessidades de saúde complexas e exigem uma gama de serviços integrados que incluem serviços de promoção, cuidados e reabilitação da saúde e a colaboração de outros campos, como o educacional, o profissional e o social.
As intervenções voltadas para pessoas com TEA e outros transtornos do desenvolvimento devem ser acompanhadas por medidas mais amplas que tornem seus ambientes físicos, sociais e de atitudes mais acessíveis, inclusivos e acolhedores/suportivos.

Efeitos sociais e econômicos

TEAs podem limitar significativamente a capacidade de uma pessoa para atividades cotidianas e a participação na sociedade. Eles muitas vezes têm um impacto negativo nas conquistas educacionais e sociais e nas oportunidades de emprego.
Embora algumas pessoas com TEA possam viver de forma independente, existem outras pessoas com deficiências severas que precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas.
Muitas vezes, os TEAs impõem um fardo emocional e econômico para as pessoas que os sofrem e para seus parentes. O atendimento de casos sérios pode ser muito exigente, especialmente quando o acesso a serviços e suporte são inadequados. Portanto, o empoderamento dos cuidadores é cada vez mais reconhecido como um componente fundamental da assistência às crianças com TEA.

Direitos humanos

As pessoas com TEA muitas vezes sofrem estigmatização e discriminação, em particular a privação injusta da saúde, educação e oportunidades para participar ativamente de suas comunidades.
Pessoas com TEA podem ter os mesmos problemas de saúde que afetam o resto da população. Além disso, eles podem ter outras necessidades especiais de cuidados de saúde relacionadas ao TEA ou outras condições comórbidas. Eles podem ser mais vulneráveis ​​a doenças crônicas não transmissíveis devido a fatores de risco, tais como a inatividade física ou poucas preferências alimentares, e correm maior risco de violência, lesão e abuso.
Como o resto dos indivíduos, as pessoas com TEA precisam de serviços de saúde acessíveis para suas necessidades gerais de saúde, particularmente serviços para promoção, prevenção e tratamento de doenças agudas e crônicas. No entanto, em comparação com o resto da população, as pessoas com TEA têm mais necessidades de saúde insatisfeitas e também são mais vulneráveis ​​em caso de emergência humanitária.
Um obstáculo frequente reside no conhecimento insuficiente e nos equívocos que os profissionais de saúde têm sobre os TEA.

Referências

1caso de Wakefield: 12 anos de incerteza e nenhuma ligação entre autismo e vacina MMR foi comprovada
Maisonneuve H, Floret D. Presse Med. 2012 Sep; Francês (acessado em 27 de janeiro de 2016).
2Lancet retrai o papel MMR de Wakefield
Dyer C. BMJ 2010; 340: c696. 2 de fevereiro de 2010. (acessado em 27 de janeiro de 2016).

Turma da Mônica explica

Animação feita em parceria com a Turma da Monica do Mauricio de Souza e a AMA - mostrando o personagem André, que possui Autismo.

A Linguagem e o Autismo

Sabemos que a dificuldade com a comunicação é uma das grandes preocupações no caso do AUTISMO, isso porque crianças com autismo apresentam significativa limitação com a imitação, especialmente a imitação verbal (palavras) e mesmo aqueles que são capazes de imitar, geralmente não utilizam as palavras para se comunicar espontaneamente.

Sendo assim, uma das funções da fonoaudióloga na atuação com crianças autistas é a identificação dos aspectos para os quais as crianças mostram mais habilidades, para que estas sejam utilizadas como apoio nas atividades escolares e em abordagens terapêuticas de comunicação e linguagem.

Desta forma o trabalho de estimulação da linguagem na AMA de Jaraguá do Sul é desenvolvido através de uma abordagem comportamental (TEACCH).

O TEACCH é um modelo de intervenção, onde através de uma “estruturação externa”, organização de espaços, materiais e atividades permitem criar estratégias e mais tarde, automatizá-las de modo a funcionarem fora da sala de aula em ambientes menos estruturados.

A organização do ambiente é a chave do sucesso deste modelo, uma vez que as crianças com autismo, não têm uma estrutura interna bem definida e, como tal, para o funcionarem precisam que alguém lhes forneça esta construção.

Desta forma, através de um espaço organizado, com atividades adequadas e com rotinas estabelecidas, essa estrutura coerente e consistente, lhe poderá ser garantida.

Através do ensino estruturado, é possível fornecer informações claras e objetivas das rotinas, manter um ambiente calmo e previsível, atender á sensibilidade do de nossas crianças/adolescentes aos estímulos sensoriais, propor tarefas diárias que os mesmos são capaz de realizar, e com isso promover a autonomia e, consequentemente, uma diminuição dos problemas comportamentais.

Sabendo o que tem que ser feito, por quanto tempo terá que trabalhar, visualizado a instrução e reconhecendo o que se espera dele, o usuário com autismo, sai de um estado ANSIOSO e passa a contribuir funcionalmente para a sua aprendizagem.